segunda-feira, 15 de junho de 2009

HOMENAGEM AO MEU AVÔ

Confesso que às vezes fico imaginando como deve ser a vida depois da morte, como será viver no céu? Sem problemas, sem confusão, sem desentendimentos, sem bebidas ou cigarros, sem corridas de motos ou jogos de cartas, sem possibilidade de ler a revista playboy ou sexy, creio que não vou me acostumar com essa rotina pacata, tranqüila e serena.
Também não sei se quando morrer terei um lugar garantido por lá, porém estou tentando fazer minha parte por aqui, confesso que é difícil, mais na hora do balanço geral tenho quase certeza que terei saldo positivo e ingresso garantido para acesso na paz celestial.
Algum tempo atrás tinha duvidas se iria me adaptar sem bebidas, cigarros, motos ou meu joguinho de baralho, cheguei a pensar e imaginar que melhor seria a opção pela farra noturna, bagunça e coisas do ramo.
Depois de muito pensar, pude concluir que o principal, atual e decisivo motivo pelo qual eu gostaria de ir viver no céu é ter a oportunidade de reencontrar com um homem que muito marcou minha vida, o coronel Almerindo Rehem, meu avô com muito orgulho.
Honestidade, dignidade, solidariedade humana e amor a família, foram seus maiores exemplos aqui na terra, sempre sorridente, era para todos os amigos um paradigma da felicidade, amizade, fidelidade e alegria.
Lembro-me, com muita emoção, do nosso ultimo encontro. Era o dia 08/04/1969 e ele muito enfermo, na cama, acordou muito nervoso e chorando, como a implorar por alguma coisa que ninguém conseguia decifrar. Foi um dia longo, tenso e doloroso para toda família, até por volta das 16:00 horas quando cheguei em frente ao seu leito e num alto grito de emoção ele conseguiu balbuciar: “CAMAGO”.
Todos imediatamente entenderam que meu querido avô sabia, ninguém sabe como, que era o dia do meu aniversário.
Perdi um avô maravilhoso aqui na terra, mas seguramente, neste exato instante, ao lado do também coronel Antônio Guimarães (meu sogro), está ele em reunião pregando e difundindo o amor verdadeiro; e Jesus, assistindo a tudo, dirá por certo, sorrindo, a São Pedro: “Quando o neto do coronel Almerindo Rehem chegar, pode deixar entrar”.

Carlos Magno Rehem Dantas (Camago)
Salvador/BA, 15/06/2009

Um comentário:

  1. legal ver esse texto de camago... conhecer um pouco mais do proprio Camago.. e perceber como ele era tambem um grande apaixonado pelo coronel..

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