sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Muito bom - merece ser lido

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

"Loucos e Santos"

"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril."

Oscar Wilde

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

ENFIM, ACONTECEU!!



É.. Essa foi a QUARTA e se deus quiser, última grande cirurgia..

Não foi mole, 10 horas de cirurgia.. muita dor.. Mas a recuperaçao foi muito boa..

Queria agradecer primeiramente e especialmente para meu pai e minha mae do coração, Lica, pelo carinho, atenção, cuidado e amor que tiveram comigo durante essas 2 semanas de recuperação. Foi muito bom passar esse tempo ao lado deles, essa foi a melhor parte.

Não posso me esqueçer de agradeçer a minha bela equipe médica (João, Daniel e Leandro) e toda outra que me acompanhou (Marco Aurélio, Luis, tininho, Onaldo, Onaldinho, Marcelo, Clara, e tantos outros... ) e de todo apoio(familiares, amigos).

Alem dos fantasticos animais Luke Dube (papagaio) e VovÔ (Gugu). Vovô merece um agradecimento especial porque é um dos meus melhores amigos, companheiro de todas as horas, amigo inseparável que eu tanto amo e tanto confio, obrigado vovÔ!!!!!!!

Obrigado mais uma vez.. obrigado a Deus, acima de tudo.

tb um agradecimento especial para Mila, pelo cuidado no hospital..Tininha e dudu... meu orgulho, minha vida, minha família, meu núcleo familiar.

No mais obrigado a todos os amigos e familiares que se preocuparam e torçeram por minha recuperação.

Valeu galera!!!!!!

Léo Rehem - 2 semanas após a cirurgia.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Não percam a oportunidade de ler... Roberto Shinyashiki

A revista ISTO É publicou esta entrevista de Camilo Vannuchi. O entrevistado é Roberto Shinyashiki, médico psiquiatra, com Pós-Graduação em administração de empresas pela USP, consultor organizacional e conferencista de renome nacional e internacional.

Em 'Heróis de Verdade', o escritor combate a supervalorização das aparências, diz que falta ao Brasil competência, e não auto-estima.

ISTO É - Quem são os heróis de verdade?

Roberto Shinyashiki -- Nossa sociedade ensina que, para ser uma pessoa de sucesso, você precisa ser diretor de uma multinacional, ter carro importado, viajar de primeira classe.
O mundo define que poucas pessoas deram certo.
Isso é uma loucura. Para cada diretor de empresa, há milhares de funcionários que não chegaram a ser gerentes.
E essas pessoas são tratadas como uma multidão de fracassados.
Quando olha para a própria vida, a maioria se convence de que não valeu à pena, porque não conseguiu ter o carro, nem a casa maravilhosa.
Para mim, é importante que o filho da moça que trabalha na minha casa, possa se orgulhar da mãe.
O mundo precisa de pessoas mais simples e transparentes.
Heróis de verdade são aqueles que trabalham para realizar seus projetos de vida, e não para impressionar os outros.
São pessoas que sabem pedir desculpas e admitiram que erraram.

ISTO É -O Sr. citaria exemplos?

Shinyashiki -- Quando eu nasci, minha mãe era empregada doméstica e meu pai, órfão aos sete anos, empregado em uma farmácia.
Morávamos em um bairro miserável em São Vicente (SP) chamado Vila Margarida. Eles são meus heróis.
Conseguiram criar seus quatro filhos, que hoje estão bem.
Acho lindo quando o Cafu põe uma camisa em que está escrito '100% Jardim Irene'.
É pena que a maior parte das pessoas esconda suas raízes.
O resultado é um mundo vítima da depressão, doença que acomete hoje 10% da população americana.
Em países como o Japão, a Suécia e a Noruega, há mais suicídio do que homicídio.
Por que tanta gente se mata?
Parte da culpa está na depressão das aparências, que acomete a mulher, que embora não ame mais o marido, mantém o casamento, ou o homem que passa décadas em um emprego, que não o faz se sentir realizado, mas o faz se sentir seguro.

ISTO É -- Qual o resultado disso?

Shinyashiki -- Paranóia e depressão cada vez mais precoce.
O pai quer preparar o filho para o futuro e mete o menino em aulas de inglês, informática e mandarim. Aos nove ou dez anos a depressão aparece.
A única coisa que prepara uma criança para o futuro, é ela poder ser criança.
Com a desculpa de prepará-los para o futuro, os malucos dos pais estão roubando a infância dos filhos. Essas crianças serão adultos inseguros e terão discursos hipócritas.
Aliás, a hipocrisia já predomina no mundo corporativo .

ISTO É - Por quê?

Shinyashiki -- O mundo corporativo virou um mundo de faz-de-conta, a começar pelo processo de recrutamento.
É contratado o sujeito com mais marketing pessoal.
As corporações valorizam mais a auto-estima do que a competência.
Sou presidente da Editora Gente e entrevistei uma moça que respondia todas as minhas perguntas com uma ou duas palavras.
Disse que ela não parecia demonstrar interesse.
Ela me respondeu estar muito interessada, mas como falava pouco, pediu que eu pesasse o desempenho dela, e não a conversa. Até porque ela era candidata a um emprego na contabilidade, e não de relações públicas.
Contratei-a na hora.
Num processo clássico de seleção, ela não passaria da primeira etapa .

ISTO É - Há um script estabelecido?

Shinyashiki -- Sim. Quer ver uma pergunta estúpida feita por um presidente de multinacional no programa 'O Aprendiz'?
- Qual é seu defeito?
Todos respondem que o defeito é não pensar na vida pessoal:
- Eu mergulho de cabeça na empresa. Preciso aprender a relaxar.
É exatamente o que o Chefe quer escutar.
Por que você acha que nunca alguém respondeu ser desorganizado ou esquecido?
É contratado quem é bom em conversar, em fingir.
Da mesma forma, na maioria das vezes, são promovidos aqueles que fazem o jogo do poder.
O vice-presidente de uma as maiores empresas do planeta me disse:
'Sabe, Roberto, ninguém chega à vice-presidência sem mentir'.
Isso significa que quem fala a verdade não chega a diretor!

ISTO É - Temos um modelo de gestão que premia pessoas mal preparadas?

Shinyashiki -Ele cria pessoas arrogantes, que não têm a humildade de se preparar, que não têm capacidade de ler um livro até o fim e não se preocupam com o conhecimento.
Muitas equipes precisam de motivação, mas o maior problema no Brasil é competência.
Cuidado com os burros motivados.
Há muita gente motivada fazendo besteira.
Não adianta você assumir uma função, para a qual não está preparado.
Fui cirurgião e me orgulho de nunca um paciente ter morrido na minha mão.
Mas tenho a humildade de reconhecer que isso nunca aconteceu graças a meus chefes, que foram sábios em não me dar um caso, para o qual eu não estava preparado.
Hoje, o garoto sai da faculdade achando que sabe fazer uma neurocirurgia.
O Brasil se tornou incompetente e não acordou para isso.

ISTO É - Está sobrando auto-estima?

Shinyashiki - Falta às pessoas a verdadeira auto-estima.
Se eu preciso que os outros digam que sou o melhor, minha auto-estima está baixa.
Antes, o ter conseguia substituir o ser.
O cara mal-educado dava uma gorjeta alta para conquistar o respeito do garçom.
Hoje, como as pessoas não conseguem nem ser, nem ter, o objetivo de vida se tornou parecer.
As pessoas parecem que sabem, parece que fazem, parece que acreditam.
E poucos são humildes para confessar que não sabem.
Há muitas mulheres solitárias no Brasil, que preferem dizer que é melhor assim.
Embora a auto-estima esteja baixa, fazem pose de que está tudo bem

ISTO É -Por que nos deixamos levar por essa necessidade de sermos perfeitos em tudo e de valorizar a aparência?

Shinyashiki -Isso vem do vazio que sentimos.
A gente continua valorizando os heróis.
Quem vai salvar o Brasil? O Lula.
Quem vai salvar o time? O técnico.
Quem vai salvar meu casamento? O terapeuta.
O problema é que eles não vão salvar nada!
Tive um professor de filosofia que dizia:
'Quando você quiser entender a essência do ser humano, imagine a rainha Elizabeth com uma crise de diarréia durante um jantar no Palácio de Buckingham'. Pode parecer incrível, mas a rainha Elizabeth também tem diarréia.
Ela certamente já teve dor de dente, já chorou de tristeza, já fez coisas que não deram certo.
A gente tem de parar de procurar super-heróis, porque se o super-herói não segura a onda, todo mundo o considera um fracassado.

ISTO É - O conceito muda quando a expectativa não se comprova?

Shinyashiki - Exatamente. A gente não é super-herói nem superfracassado.
A gente acerta, erra, tem dias de alegria e dias de tristeza.
Não há nada de errado nisso.
Hoje, as pessoas estão questionando o Lula, em parte porque acreditavam que ele fosse mudar suas vidas e se decepcionaram.
A crise será positiva se elas entenderem que a responsabilidade pela própria vida é delas.


ISTO É - Muitas pessoas acham que é fácil para o Roberto Shinyashiki dizer essas coisas, já que ele é bem-sucedido. O senhor tem defeitos?

Shinyashiki -Tenho minhas angústias e inseguranças. Mas aceitá-las faz minha vida fluir facilmente.
Há várias coisas que eu queria e não consegui.
Jogar na Seleção Brasileira, tocar nos Beatles (risos). Meu filho mais velho nasceu com uma doença cerebral e hoje tem 25 anos.
Com uma criança especial, eu aprendi que, ou eu a amo do jeito que ela é, ou vou massacrá-la o resto da vida para ser o filho que eu gostaria que fosse.
Quando olho para trás, vejo que 60% das coisas que fiz deram certo.
O resto foram apostas e erros.
Dia desses apostei na edição de um livro, que não deu certo.
Um amigão me perguntou:
'Quem decidiu publicar esse livro?'
Eu respondi que tinha sido eu. O erro foi meu. Não preciso mentir.

ISTO É - Como as pessoas podem se livrar dessa tirania da aparência?

Shinyashiki - O primeiro passo é pensar nas coisas que fazem as pessoas cederem a essa tirania e tentar evitá-las.
São três fraquezas: a primeira é precisar de aplauso, a segunda é precisar se sentir amada e a terceira é buscar segurança.
Os Beatles foram recusados por gravadoras e nem por isso desistiram.
Hoje, o erro das escolas de música é definir o estilo do aluno.
Elas ensinam a tocar como o Steve Vai, o B. B. King ou o Keith Richards.
Os MBAs têm o mesmo problema: ensinam os alunos a serem covers do Bill Gates.
O que as escolas deveriam fazer é ajudar o aluno a desenvolver suas próprias potencialidades.

ISTO É - Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus?

Shinyashiki - A sociedade quer definir o que é certo. São quatro loucuras da sociedade...
A primeira é instituir que todos têm de ter sucesso, como se eles não tivessem significados individuais.
A segunda loucura é:
Você tem de estar feliz todos os dias.
A terceira é:
Você tem que comprar tudo o que puder. O resultado é esse consumismo absurdo.
Por fim, a quarta loucura:
Você tem de fazer as coisas do jeito certo.
Jeito certo não existe.
Não há um caminho único para se fazer as coisas.
As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade.
Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito.
Tem gente que diz que não será feliz, enquanto não casar, enquanto outros se dizem infelizes justamente por causa do casamento.
Você pode ser feliz tomando sorvete, ficando em casa com a família ou com amigos verdadeiros, levando os filhos para brincar ou indo à praia ou ao cinema..
Quando era recém-formado em São Paulo, trabalhei em um hospital de pacientes terminais.
Todos os dias morriam nove ou dez pacientes.
Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte.
A maior parte pega o médico pela camisa e diz:
'Doutor, não me deixe morrer. Eu me sacrifiquei à vida inteira, agora eu quero aproveitá-la e ser feliz'.
Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada. Ali eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas.
Ninguém na hora da morte diz se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis ou ações, mas sim de ter esperado muito tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida.

--
"Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "NÃO". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
- Fernando Pessoa

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Notícias da Chapada



....

Sempre digo, desde que a conheci, que a Chapada Diamantina é um lugar especial do planeta. Continuo com o mesmo pensamento. Os passeios são maravilhosos e o Capão ainda é um sítio onde se exercita a essencialidade. Acesso ruim, as casas ficam no meio do mato, estradas e ruas de terra e buracos, muita poeira, grandes distâncias, não pega celular, e todos felizes da vida!!! Parece que o magnetismo da região hipnotiza a todos, que com "pouco" de abastecem de muito ânimo e alegria.

O calcanhar às vezes incomoda mas tem se portado muito bem. Fizemos várias caminhadas no Capão e em Lençóis, sem guia, no único dia que lá passamos fomos ao Ribeirão do Meio e ao Serrano. Muuuiiiiiiito bom!

O niver foi ótimo. Fomos a um restaurante italiano com mesas na rua (tipo pelourinho, só que com tranquilidade total e um ótimo astral) e comemos uma excelente massa e tomamos um vinho delicioso!

Que bom saber que está tudo bem com os filhos, e filhos bichos. rsrsrs

Ontem dirigi de Lençóis a Aracaju, uma bela esticada de 10 horas. Ufa!!! O picasso, como sempre, com aquela performance e conforto.

Chegamos quase às 19 horas, avisamos a Branquino da nossa chegada, tomamos um bom banho, atravessamos a rua e bem defronte do Hotel Tropical Praia, onde estamos, encontramos o restaurante República do Camarão. Foi quase uma orgia de camarão, delicioso!!!

E assim, estamos passando as nossas férias, em lugares simples porém muito especiais. No domingo deveremos estar retornando para Guarajuba.

Tome conta dos baixinhos!

Bjos e saudades,
Rehem e Lica

sábado, 22 de agosto de 2009

Dudu no seu primeiro dia de aula


Ó a carinha dele de receio das novas experiências.... Mas depois de alguns dias ele já estava super adaptado... é um aluno exemplar, o xodó da escolinha!!! hehehe

domingo, 9 de agosto de 2009

Feliz DIas dos PAIS!!!

Pai é Pai !
Pode ser novo, pode ser velho
Pode ser branco, negro ou amarelo

Pode ser rico ou pobre
Pode ser solteiro, casado, viúvo ou divorciado

Pode ser feliz ou infeliz
Pode estar aqui ou já ter ido embora
Pode ter tido filhos ou adotado-os

Pode ter casa ou morar na rua
Pode usar terno ou tanga
Pode ser Deus ou humano
Pode estar trabalhando ou desempregado
Pode ser tanta coisa ou simplesmente PAI

Mas todos, sem faltar um sequer fazem parte da criação.

Que não só hoje, mas em todos os dias desta vida
possa ser lembrado como aquele
que muitas vezes não dormiu
muitas vezes ficou pensando na comida para levar para casa
muitas vezes engoliu sapos
muitas vezes chorou escondido
muitas vezes gargalhou
muitas vezes perdeu a hora
mas nunca deixou de pensar na coisa mais importante da sua vida. NÓS!!!!

Coisas de Andrei

Inspirado pelo clássico Pinóquio que acabávamos de assistir na TV, no qual o Gepetto tem seu desejo atendido pela Fada Azul e seu filho torna-se um menino de verdade, Andrei levanta decidido dirigindo-se à varanda dizendo "vou fazer um desejo". Fiquei observando, intrigado. Ele abre a cortina, olha para as estrelas e solta:

"Desejo ganhar todos os bonecos do McLanche".

Caímos na gargalhada! Bela forma de terminar o Dia dos Pais!

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Bruninho - 10 meses

Vô Rehem, Bruninho e Vó Lica

Exatos 10 meses se passaram desde que esse porretinha nasceu. Agora não dá para imaginar a vida sem ele...

Que sua vida seja repleta de saúde e felicidade, pequeno. Amamos você!
Posted by Picasa

sábado, 4 de julho de 2009

O grande Luiz Gama

Em pé: Joaquim, Délio, Guruguru, Eu, Delson e Aécio.
Agachados: Zênio, Roque Sanches, Lula, Atita e Luizinho.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Oi famíla!!



NÓS
Eu
Cara durão
Lado sensível?
Acho que não

Tu
Menina mimada
Voz de gatinha
Guria assanhada

Ele
Rapaz responsável
Pra lá de querido
E muito amável

Nós
Galera unida
Pra toda vida
Inseparável

Poesia de serge

domingo, 21 de junho de 2009

DISCURSO DE DESPEDIDA

Meus amigos,
Meditei muito sobre o que dizer a vocês neste instante. Tudo o que vinha à minha mente parecia não satisfazer. Sempre insuficiente. Convenci-me então que seria impossível transformar em palavras tudo aquilo que sinto.
Liguei o rádio e coincidentemente ouvi Caetano Veloso a cantar a sua poesia, provocando em mim um momentâneo sentimento de inveja. Senti-me pequeno demais diante deste gesto de vocês, e sem palavras à altura para retribuir. Mas, se amizade é um encontro no meio do caminho, vocês não poderiam esperar de mim aquilo que não posso dar. Um simples olhar pode significar muito mais do que um monte de palavras. Por mais que eu diga, nunca ficarei satisfeito, nunca transmitirei exatamente aquilo que gostaria.
Interessante como os opostos se atraem. Estamos reunidos em virtude da volta e vêm-me à mente os momentos que antecederam a nossa vinda. Lembro-me da última noite que passamos em Salvador. Perdi o sono e comecei a analisar o passado e fazer conjecturas sobre o futuro. Tudo estava arrumado para a viagem, e eu, que nunca imaginei sair de Salvador, estava prestes a enfrentar um mundo totalmente desconhecido. Olhei para a minha mulher e o meu filho Serge. Ambos dormiam e este último, na inocência dos seus cinco meses, nem sequer pôde ser consultado sobre a decisão tomada. Veio-me então uma profunda indecisão. Afinal, seríamos felizes? Valeria à pena partir do conhecido para o obscuro? Que tipo de pessoas viríamos a conhecer? E amigos, quantos e como?
Lembrei-me então do meu melhor amigo, meu pai, já falecido, mas sempre vivo em nossas mentes, pela grandeza da sua humildade, seu coração, seus gestos e seus ensinamentos. Vi com que amadurecimento encarava estar a nossa casa cheia ou vazia de pessoas, coincidindo com os períodos nos quais ocupava, ou não, cargos de relevância. Como toda criança, tinha a maior admiração por ele. Só que esta admiração ainda cresce à medida em que os anos passam. Com ele aprendi que devemos assumir cargos nos preparando para a saída. Devemos aceitá-los sempre imaginando-os como roupas feitas para pessoas maiores do que nós, e prepararmo-nos para, a qualquer momento, quando da chegada do seu dono, retirá-las sem sentir a sensação de que estamos despidos. Afinal, aquela roupa não nos pertence e coube-nos vesti-la somente durante determinado tempo.
A noite arrastava-se e, por fim, entre cochilos constatei que havia amanhecido. Era o momento de seguir para o aeroporto. Lá, nem mesmo os pêsames pela mudança faltaram. Coração partido de saudade, apreensivo, mas ainda assim, havia lugar para esperança e fé. Ione, coitada, quase desidratada de tanto chorar. Chegamos a Brasilia e fui imediatamente absorvido pelas novas atividades. De repente vi-me diante de muita gente também apreensiva, e , naturalmente curiosa quanto à minha pessoa. Era a minha posse como Chefe de Gabinete da Secretaria da Agricultura e Produção e eu pensei : o que estaria fazendo no meio de tanta gente desconhecida? Confesso, hoje, que tive vontade de tomar o primeiro avião e retornar à minha cidade natal. Pior que tudo é que todos esperavam as minhas primeiras palavras e eu quase nada tinha a dizer. Preferi, naquela oportunidade, afirmar laconicamente que o meu discurso “seria o mais longo de todos, com duração prevista para cinco anos, e transmitido no dia-a-dia de convívio”. É verdade que não cheguei aos cinco anos. Completei 2 anos e 7 meses no dia quatro próximo passado. E o que não consegui dizer, neste período, não é agora, em poucos minutos, que vou ter êxito. Considerem como discursos de posse e despedida, todos os atos por mim praticados. Por eles deverei ser julgado e não tenho tempo, agora, para fazer remendos.
Assumo todos os meus erros. Brasilia, para mim, é uma passagem inesquecível, e se hoje tivesse que tomar nova decisão, sem dúvida, seria a mesma: Viria! Se é verdade que passei dificílimas horas, somente um momento como este compensaria ter vindo. Nada mais de positivo seria necessário. Bastaria agora! Três sentimentos talvez melhor representem a síntese deste instante: emoção, esperança e saudade.
Sobre cada um deles escolhi um pensamento o os transmito a vocês como mensagem:
Emoção: “Aquele que transforma em beleza todas as emoções, sejam de melancolia, de tristeza, prazer ou dor, vive em perpétua alegria.” José Pereira da Graça Aranha
Esperança: “Esperança é uma mão misteriosa que nos aproxima do que desejamos e nos afasta do que temos.” Severo Catalina
Saudade: “O perfume da saudade é como o de certas flores, que só se percebe quando de longe o recebemos. Se, iludidos o tentamos aspirar de perto, dissipa-se.” Julio Diniz
Este momento jamais será esquecido, pois, quando deixo, definitivamente, a presidência da Fundação Zoobotânica do Distrito Federal, definitivamente vocês ingressam em nossos corações. E isso só foi possível através da confiança em mim depositada pelo secretário Pedro Dantas e pelo governador Elmo Farias, aos quais registro os meus profundos agradecimentos.
Quero, por fim, agradecer especialmente as bondosas palavras há pouco proferidas pelo Dr. Jésus Manzan, representando todos os servidores da Fundação, fazendo minhas as palavras do Ex-Presidente Emilio Garrastazu Médici, ditas recentemente, quando da passagem dos seus 71 anos: “Esta homenagem é mais pela generosidade de vocês do que pelo merecimento do homenageado.”
Muito obrigado!

Discurso proferido por Denilson Rehem, ao deixar a presidência da Fundação Zoobotânica do Distrito Federal – FZDF. (Churrascaria do Lago – Brasilia/DF, 10 de dezembro de 1976)

segunda-feira, 15 de junho de 2009

HOMENAGEM AO MEU AVÔ

Confesso que às vezes fico imaginando como deve ser a vida depois da morte, como será viver no céu? Sem problemas, sem confusão, sem desentendimentos, sem bebidas ou cigarros, sem corridas de motos ou jogos de cartas, sem possibilidade de ler a revista playboy ou sexy, creio que não vou me acostumar com essa rotina pacata, tranqüila e serena.
Também não sei se quando morrer terei um lugar garantido por lá, porém estou tentando fazer minha parte por aqui, confesso que é difícil, mais na hora do balanço geral tenho quase certeza que terei saldo positivo e ingresso garantido para acesso na paz celestial.
Algum tempo atrás tinha duvidas se iria me adaptar sem bebidas, cigarros, motos ou meu joguinho de baralho, cheguei a pensar e imaginar que melhor seria a opção pela farra noturna, bagunça e coisas do ramo.
Depois de muito pensar, pude concluir que o principal, atual e decisivo motivo pelo qual eu gostaria de ir viver no céu é ter a oportunidade de reencontrar com um homem que muito marcou minha vida, o coronel Almerindo Rehem, meu avô com muito orgulho.
Honestidade, dignidade, solidariedade humana e amor a família, foram seus maiores exemplos aqui na terra, sempre sorridente, era para todos os amigos um paradigma da felicidade, amizade, fidelidade e alegria.
Lembro-me, com muita emoção, do nosso ultimo encontro. Era o dia 08/04/1969 e ele muito enfermo, na cama, acordou muito nervoso e chorando, como a implorar por alguma coisa que ninguém conseguia decifrar. Foi um dia longo, tenso e doloroso para toda família, até por volta das 16:00 horas quando cheguei em frente ao seu leito e num alto grito de emoção ele conseguiu balbuciar: “CAMAGO”.
Todos imediatamente entenderam que meu querido avô sabia, ninguém sabe como, que era o dia do meu aniversário.
Perdi um avô maravilhoso aqui na terra, mas seguramente, neste exato instante, ao lado do também coronel Antônio Guimarães (meu sogro), está ele em reunião pregando e difundindo o amor verdadeiro; e Jesus, assistindo a tudo, dirá por certo, sorrindo, a São Pedro: “Quando o neto do coronel Almerindo Rehem chegar, pode deixar entrar”.

Carlos Magno Rehem Dantas (Camago)
Salvador/BA, 15/06/2009

FERIADO DOS NAMORADOS NOTA 10!!!

Estou aki registrando que o feriado dos dias dos namorados foi maravilhoso... começando pelo almoço na quinta no Forte Apache, depois a noite de sexta em Praia do Forte, que foi muito legal... uma aventura a parte!! hehehe... A praia de itacimirm no sábado foi a maior diversão... tomamos todas... brincamos e rimos bastante.. foi muito especial!!! E fechando com chave de ouro o domingo na casa de guarajuba n 2, onde vale ressaltar que Serge estava fazendo churrasco (uma delícia por sinal) e até lavando prato... como disse lari: "a esperança é a ultima que morre".(rs)

FOI UM ÓTIMO FINAL DE SEMANA... OBRIGADO A TODOS!!!!!!!!!!!!!! E VIVA AOS NAMORADOS!!!!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Eduardo Rehem - 2 ANINHOS


O ANIVERSÁRIO DE DUDU FOI MARAVILHOSO!!! OBRIGADO A TODOS.

AMO VCS!!!!!

sábado, 6 de junho de 2009

DISCURSO DE RECONHECIMENTO

Ilustríssimo Senhor Doutor Denilson Geraldo Sampaio Rehem, Digníssimo Diretor Presidente da Fundação Zoobotânica do Distrito Federal

O dia de hoje se reveste para nós, servidores da Fundação Zoobotânica do Distrito Federal, de um sentido todo especial: é a homenagem sincera que prestamos a Denilson Geraldo Sampaio Rehem, que em breve nos deixará, procurando alhures novas arrancadas para a jornada sem fim.

É esta uma reunião de confraternização e de reconhecimento, procurando cultuar e avivar a nossa imorredoura gratidão.

Denilson, apesar de muito jovem e do pouco tempo que conosco conviveu, soube se impor à admiração e ao respeito dos seus comandados, que nele viram um jovem idealista, culto, dedicado, que tão bem soube transmitir os conhecimentos adquiridos em dias de trabalho intenso e noites de estudos.

Mas, meu caro Denilson, nem só por isso o estimam e o admiram os seus comandados. Admiram-o e estimam-o, ainda, porque sabem-no cidadão correto, de conduta ilibada, afeito ao trabalho, despido de vaidade, simples, honesto, bom e prestante a si mesmo, à família e à Patria. Vale dizer, um exemplo para todos.

Esforços e sacrifícios não foram medidos no sentido de fornecer à Fundação Zoobotânica do Distrito Federal o trabalho de servidores altamente técnico-especializados, orientando-os adequadamente, moldando caracteres, forjando têmperas, desenvolvendo inteligências, despertando consciências e conscientemente encaminhando-os ao futuro breve, para serem benéficos e úteis a sí, à Entidade e à Nação.

É assim que o vemos Denilson, pelo que podeis estar certo que nenhum dos servidores da Entidade deixa de lhe tributar a sua homenagem e render-lhe o seu preito de admiração, gratos por tudo o que em seu benefício foi feito, como também, e disso não há dúvidas, igualmente gratos somos pelo muito que realizou e executou a favor da agropecuária no Distrito Federal.

Trago-lhe, Denilson, neste dia, a mensagem de admiração e gratidão dos servidores da Fundação Zoobotânica do Distrito Federal, que vêm no fulgor desta solenidade, na eloqüencia deste aparato, na magnificiencia desta reunião, apenas o descerrar do velário que nos mostra o espetáculo surpreendente de uma vitória: a sua vitória, fruto de paciente espera, eficientes estudos e profunda perspicácia.

De nossa parte, meu Caro Denilson, asseguramos-lhe que haveremos de guardar, sempre e em tôda parte, fidelidade inquebrantável à nossa imorredoura amizade, às verdades salutares professadas e praticadas na Fundação Zoobotânica do Distrito Federal.

Por isso, não haverá despedidas. Os amigos sinceros dizem até breve, no afã de que o destino venturoso conceda-nos outra sorridente oportunidade de se reverem, outra propícia ocasião de conviverem em harmonia, em felicidades constantes e duradoura tranqüilidade.

Com o coração, a alma e os olhos cheios de alegria por tê-lo como amigo sincero, nós o saudamos, Denilson, e agradecemos pelo convívio harmonioso que nos dedicou, pelos proveitosos e sapientes ensinamentos que nos transmitiu, pelas horas felizes que nos propiciou e ofereceu, tirando-lhe do aconchego de um venturoso e feliz lar.

Assim, esta fase ficará indelevelmente marcada na história dos servidores da Fundação Zoobotânica do Distrito Federal, na memória dos que tiveram a felicidade ímpar de estar a seu serviço, sob o seu comando.

O nosso reconhecimento, a nossa gratidão, não se extravasará somente em palavras, insuficientes para expressá-los, mais podeis perceber pelo semblante de todos, pelo próprio timbre da voz que vos disse, melhor, da sua natureza e intensidade.

Juntos, irmanados, batalhadores da mesma batalha, unidos, sem ressentimentos, partamos para o amanhã, para o futuro, plenos de fé em Deus, a Quem erguemos as nossas preces, hoje e sempre, para que Derrame sobre todos nós as suas bençãos e mercês, jorrando mananciais de luz, paz e amor constantes, extensivos a nossos familiares e a todos os que nos são caros, especialmente neste Natal.

Que Deus esteja sempre conosco, conservando e avivando, cada vez mais, a nossa augusta amizade.

(Discurso proferido em 10 de dezembro de 1976, na Churrascaria do Lago, em Brasilia, Distrito Federal, pelo advogado Jésus Jácomo Manzan, em reconhecimento ao trabalho prestado por Denilson Geraldo Sampaio Rehem, como Diretor Presidente da Fundação Zoobotânica Federal)

sexta-feira, 5 de junho de 2009

HOMENAGEM

Carta publicada no Espaço do Leitor em 22/12/2001 - Jornal A TARDE
Outro dia, ao passar em frente à Casa do Comércio, deparei-me com a placa da Rua Coronel Almerindo Rehem. Foi agradável a surpresa. Voltei aos tempos de juventude e lembrei do bom e amigo coronel. Amigo dos seus filhos, privei da boa amizade desta família. Voz forte, voz grossa, garbo militar, alegre, comunicador, amigo de todos, diplomata no tratar, assim conheci o coronel. Sertanejo de Aribicé, povoado do município de Euclides da Cunha, chegou a esta capital trazido pelo seu irmão, Oscar Nascimento Rehem. Analfabeto até os 18 anos, contava aos filhos que, para se alfabetizar, cursou uma escola na Barra. Todos os seus colegas eram crianças e somente ele, adulto. Nas aulas, quando errava uma letra, “ganhava” um bolo que a professora, usando palmatória, não desculpava. O bolo não doía, dizia ele, porém, a vaia dos pequenos colegas era insuportável. Estudou, aprendeu, pegou o amor pela leitura e não parou mais de ler, fez o seu conhecimento. Já na Polícia Militar, como soldado, trabalhou com afinco, entrou para a banda de música, tocando oboé. O maestro não gostava dele e – contava ele – ao passar em revista, invariavelmente, pisava nos seus pés. Largou a banda, continuou a sua vida na carreira militar e foi servir, comandando a Guarda de Polícia, como sargento, onde foi descoberto pelo governador Góes Calmon, que o promoveu a tenente, em face do seu destacado desempenho. Na sua corporação, galgou todos os cargos, sempre imprimindo a sua maneira característica de comandar, chegando por fim ao mais alto posto de coronel. Foi comandante da Guarda Civil, chefe do Estado-Maior e comandante da Polícia, chefe da Casa Militar do interventor Landulfo Alves e dos governadores Antonio Balbino e Lomanto Júnior. Foi agraciado com muitas condecorações pelas Forças Armadas, sempre pelo seu destacado desempenho nos diversos cargos exercidos.
José Osvaldo Alves (Jornalista, Salvador-BA)

quinta-feira, 4 de junho de 2009

A VONTADE NA "ZENDA"...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

ANIVERSARIO DE DUDU - 2 ANOS

NOSSO QUERIDO DUDUZINHO VAI FAZER 2 ANOS!!!!!!
A FESTINHA DELE SERÁ DOMINGO- AS 17 HORAS - NA ALDEIA DE JAGUARIBE...
VAMOS SE DIVERTIR E BRINDAR AS NOSSAS CRIANÇAS (DUDU, DEDEI E BUBU).......QUE NOS TRAZEM TANTA ALEGRIA...

QUERO TODOS PRESENTE NESSE MOMENTO TAO ESPECIAL PARA NÓS!!!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Cel. Almerindo do Nascimento Rehem

Captei esta foto na Galeria de Chefes da Casa Militar do Governo do Estado da Bahia.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

DISCURSO INAUGURAL DE ESTANDE

Discurso proferido pelo eng° Dilson Carlos Rehem, filho mais velho do cel. Almerindo, na inauguração de estande de tiro ao alvo - Brasilia/DF, 30/09/1983

Exm° Sr. General Darcy Lázaro, senhores atiradores, senhora atiradora, meus senhores, minhas senhoras,

A nossa casa está honrada com a presença dos senhores. Esta reunião tem como principal objetivo a inauguração do Estande de Tiro ao Alvo Cel. Almerindo Rehem.

Esta homenagem que estamos prestando é ao meu pai, o meu coronel. Este homem nasceu em Aribicé, município de Euclides da Cunha, na Bahia, em 26/05/1902. A sua infância passou nesta longínqua área, distante 600 km de Salvador, sem ter as mínimas facilidades de se alfabetizar. Neste período da sua vida, muitas vezes ia à caça com badogue, ou estilingue, tentando, ao abater o pássaro, amenizar a fome que lhe corroia as entranhas. Muitas vezes me afirmou: "Tive que comer terra!". Conseguiu sobreviver, e aos 14 anos, o seu irmão, Oscar, trouxe-o para a capital.

Chegando em Salvador, analfabeto, aumentou a idade e sentou praça na briosa Pollícia Militar da Bahia. Desejava vencer e para isso estava disposto a sacrifícios. Imediatamente matriculou-se numa escola e me relatava nos bons diálogos que mantínhamos: "Fui aprender a ler numa escola, no bairro da Barra, com crianças e uma professora, já sem paciência, que sempre utilizava, quando eu errava as letras enormes que me apontava, a palmatória. Sentia, ao receber o impacto, a dor física do castigo e a dor moral, das vaias das crianças, os meus colegas. Inicialmente, esta horrivel situação foi penosa, antes de me conscientizar que estava enfrentando um desafio. Venci! Grande alegria! Aprendi a ler".

Como soldado raso, fez todos os trabalhos de todo recruta. Conseguiu se transferir, quando cabo, para a Banda de Música.

Contava-me: "Soube que estavam abertas as inscrições para a Banda, candidatei-me e ingressei. O maestro encheu-se de antipatia à primeira vista, e logo entregou-me um instrumento que jamais tinha visto em minha vida, o oboé, completando com voz irritada e autoritária: 'aprenda a tocar'. Não fui feliz nestes instantes da minha carreira, o maestro punha-me sempre à frente, e, em todas as vezes que passava por mim, propositadamente, pisava nas minhas botinas. Deixei a banda".

Já quando sargento, comandou a Guarda do Palácio, na época do governador Góes Calmon. Cumprindo com orgulho e abnegação os seus deveres, além do seu bonito porte, voz vibrante e bastante grossa, chamou a atenção do governador, e este o promoveu a oficial, por merecimento.

Falava-me: "Soube da notícia por um colega quando estava num bonde, ao voltar para casa. A minha alegria era imensa, dava o grande salto, tornara-me oficial. Foi talves a primeira e grande satisfação da minha vida, transbordava de felicidade. Passado alguns dias, já fardado como tenente, pude devolver o mesmo tratamento recebido por um sargento veterano, que sempre, ao encontrar-me sentado em um dos tres primeiros bancos do bonde, mandava eu procurar o meu lugar. Esse sargento, ao ver-me, já como seu superior, arregalou os olhos, levantou-se e bateu continência. Respondi e disse a ele baixinho: procure o seu lugar. Após esse fato tornamo-nos bons amigos".

Na sua carreira militar assumiu todos os cargos e funções, fazendo sempre marcar a sua presença no seu desempenho com capacidade, e o que é mais importante, considerado sempre justo, capaz e honesto. Comandou a Guarda Civil, comandou a Polícia Militar, foi chefe da Casa Militar em tres períodos diversos: com o interventor Landulfo Alves, e com os governadores Antonio Balbino e Lomanto Júnior. Teve sempre como objetivo na sua vida fazer amigos. Logrou êxito!

Até hoje, ao dizer meu nome - e isto acontece com toda a família - perguntam sempre: "você é parente do cel. Almerindo Rehem?" Ao responder "sou filho", logo o tratamento se modifica, e com expressão bondosa, querendo ajudar, exclamam: "Foi um grande amigo meu! O que você deseja?"

Transmitiu à nossa família a sua filosofia de vida e nos ensinou: "A palavra dada é para ser honrada. Não é necessário documento assinado para cumprirmos compromissos. Faça amigos, tê-los será a sua maior riqueza. Seja justo, seja honesto, e enfrente os problemas."

Este homem, cel. Almerindo Rehem, no dizer de muitos, um militar e um diplomata, me enche de orgulho e prazer ao sempre afirmar "sou seu filho!". Ele já nos deixou. Partiu desde 1969.

Em 30 de novembro de 1932 estava casado com minha mãe, Leonor Sampaio Rehem. Hoje, quando se comemora os 51 anos de casamento, data feliz e de alegria, inauguro, para as competições de ar comprimido, entre amigos, o Estande Cel. Almerindo Rehem, como uma homenagem e agradecimento, pelos ensinamentos de vida e educação que proporcionou a toda a sua família.

Muito obrigado meus senhores.

CORONEL ALMERINDO

Carta publicada no Espaço do Leitor em 31/05/2001 - Jornal A Tarde

Transcorreu no último dia 26 o centenário de nascimento do Cel. Almerindo do Nascimento Rehem. Ingressou na PM como contratado. Dez anos depois já era 2° tenente e foi a 1° por relevantes serviços, e daí por merecimento ascendeu até o comando-geral da PM. Apesar de incursionar, nos anos 25/30, numa prodigiosa epopéia pelos sertões adentro, onde o "papo-amarelo" descansava nas forquilhas espreitando os soldados da lei e no comando de um pelotão de cavalaria, sufocando um motim, era a réplica de Bonaparte à frente do "Batalhão Sagrado", nasceu para relações públicas. Era um homem bom, alegre e amigueiro. Serviu no gabinete do governador Lomanto Júnior como chefe da Casa Militar, onde se dava bem com todos. Admirava a competência do Dr. Cruz Rios, chefe da Casa Civil, do Dr. José Corvelo, assessor de imprensa, e pelo recato, paciência e fina educação, gostava do jornalista Britto Cunha. Só o vi zangado uma vez, quando o governador pediu ao comandante para promover um sargento do Palácio, apelidado de Cardeal, e o comandante alegou que não podia porque já havia se comprometido com o comandante da Vila de promover o seu motorista. Como era homem de soluções, deu nó na fumaça e os dois foram promovidos.

Ao me apresentar para servir como ajudante-de-ordens do governador Lomanto, depois de quase uma hora de aula, disse-me: "Você vai ver que gabinete é uma escravidão e, com essa pose toda, vai ser apenas um ordenança, me...lho...ra...do". No fim, pegando um par de requife me entregou alertando: "Isto aqui é um alamar, símbolo da fidelidade; se, algum segundo, pensar em trair nosso chefe, deixe-o ou se enforque". Com ele, aprendi boas lições e lhe devo gratidão.
Faz anos que viajou, deixando saudades, e não deu mais notícias; só sei que não morreu, porque quem sempre é lembrado, nunca morre.

Humberto Costa Sturaro (Cel. PM/RR - Rua Prof. Palma n° 15 - Barbalho - Salvador-BA)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

ALMERINDO REHEM

Crônica do jornalista e escritor Guido Guerra, publicado no Diário de Notícias em 16/04/1969

Conquanto seu vizinho, eu o via de longe e à distância, apoiado sobre a janela, cabisbaixo, modo, sem gestos, sem espantos. Calado, sofrendo sem ais e sem protestos. Olhava os que passavam e os cumprimentava, com o habitual aceno com a mão - um adeus que era uma despedida. E olhava-nos, com aquele olhar triste, muito triste, que era só dor. Já não falava. Emudecera, desde o último derrame. Era só aquela amargura no olhar triste, que era um grito de dor a cortar corações. Morreu, ontem, plena madrugada. Era o último suspiro, era o adeus definitivo do homem bom. Deitado, movendo-me na cama, sono intranquilo, pensei comigo:

- Está morto.

Depois, não ouvi mais nada. Nem passos apreensivos nem soluços de dor, nem preces nem o ruído do telefone, chamando, pedindo notícias. Saí, madrugada adentro. Nunca suportei a idéia de vê-lo indiferente aos que o cercavam, deitado, dentro do esquife, os olhos parados insensíveis ao estranho mundo que o fascinava, ao qual tanto amara. Habituara-me a vê-lo, sorrindo, cheio de otimismo, de entusiasmo e amor à vida, voz grossa e grave, a gargalhada gostosa, histórias e casos de espantar, que contava, as lutas que travara, o amor com que o coronel Almerindo Rehem se dava de corpo e alma às causas pelas quais se empenhava.

Conservo-o, intato, na memória, como o conheci, não como agora, como está: morto, definitivamente morto. Revejo-o em cada esquina em que parava para o batepapo amigo e solidário, a conversa regada a sinceridade, já sem o hábito antigo das continências e marchas militares, das ordens e do dever a cumprir, mas com a exata consciência do militar que foi e do homem que deixou de ser em plena madrugada, quando, intensificando a dor dos que o amavam, partiu com a mesma disposição e serenidade com que viu a morte em cada olhar que se nos dirigia, ou, em cada luta que, sem esmorecimentos, travara nos campos de batalha, onde a vida e a morte se conflitavam, no repetido reencontro da guerra contra a paz, do homem contra o inimigo do homem, do amor e do desamor.

Morreu, sem gestos, sem última frase, com amargura nos olhos, aquela amargura que nunca se desfez nos mínimos atos, no olhar que era um misto de ternura e grito de dor, um sorriso, forçado, sem jeito, que, às vezes, era convulsivo pranto, amargura vindo de dentro, rasgando entranhas. Permaneço aqui recordando-o, cheio de vida e amor aos homens. Digo para mim mesmo: "Era um homem bom. Uma figura extraordinária, o coronel". Limito-me à frase, repito-a para todos. No entanto, não o fui ver morto nem o visitei quando adoecera. Não lhe assisti o derradeiro adeus nem ao último suspiro, o definitivo rito de dor. Morto, pálpebras cerradas, mãos cruzadas sobre o peito, eu o reverei sempre, lutando, e sofrendo, mas dando o exemplo: nunca se entregando. Agora, de volta à casa, paro frente à sua, pegada à minha, olho-a e não entro, não entrarei mais para não redescobri-lo, sofrendo, com aqueles gestos, apenas aqueles gestos, que não morrerão jamais. Em todo caso, eu me pergunto: pode haver dor mais forte do que a de não o poder ver mais, nunca mais?

terça-feira, 26 de maio de 2009

ANIVERSARIO DE 109 ANOS DO CORONEL ALMERINDO REHEM

Se vivo fosse, meu pai estaria completando hoje, 26 de maio, 109 anos. Foi um pai excepcional, amigo fiel, militar dedicado, um exemplo a ser admirado e seguido. Uma figura humana rara.

Sinto uma grande honra em ter tido o privilégio de conviver intimamente com ele, de ser seu filho. Não sei se existe um dia, na minha vida, que não me lembre dele, e de muitos momentos que estivemos juntos. A minha admiração por ele transcende o tempo de forma imutável. Que saudade!!!

Quando ele se foi, minha mãe pediu-me que escrevesse algo para colocar na sua sepultura. Pensei e concluí que não poderia expressar, com exatidão, o nosso sentimento, por mais palavras que utilizasse. Assim, optei pela seguinte frase sintética: "Somente os que o conheceram poderão compreender a nossa saudade".

"Comemoro" o seu aniversário com este registro aos seus descendentes e demais familiares. Gostaria que vocês registrassem esta data, e mesmo quando eu não mais estiver por aqui para lembrar, vocês se lembrem com alegria e orgulho.

Beijos,
Denilson Rehem

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Coisas de Andrei


No caminho para Guarajuba, Andrei do lado da avó e do irmão Bruno, eu e Larissa na frente. De repente, ele exclama:

- Mãe, que diferença!!! Você é mãe e filha. Vovó Ane é mãe e vó!!!

O que nos restava dizer perante essa "descoberta da pólvora"?

- Normal filho... Você, por exemplo, é filho e irmão.

terça-feira, 12 de maio de 2009

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Poema para as Mães

Não só hoje, mas todos os dias
Penso em ti com meu carinho
Ao ver-me forte cheio de vida
Devo a ti que me guiaste.

Deu-me a vida
Ensinou-me a vivê-la
Dos problemas resolvê-los
Dos medos me deste as mãos
Fazendo calmo meu coração.

Muitas vezes
Não só Mãe foste pra mim
Pai, amigo, irmão, companheira das brincadeiras.

Sempre davas um jeitinho
De poder me acompanhar.
Segurou as minhas mãos
Me mostrando o caminho a seguir

Hoje sei como sofreste
Quando enfim soltou-me as mãos
Para que eu seguisse em frente.

Hoje sei
Que aplaude meus sucessos
Se entristece com meu pranto
Sei também que sempre estás
Braços abertos a me esperar.

Quero hoje minha Mãe
Te dizer de coração
Peço a Deus que te abençoe
Sempre em minha oração

E te abraço hoje e sempre
Com muito Amor e Gratidão.

sábado, 2 de maio de 2009

Cadê a foto de Vovó Lica (Lalá)?

Léo,
O blog está incompleto pois está faltando a foto de Lica.

terça-feira, 28 de abril de 2009

1 DE MAIO

QUAL A IDÉIA PRO FERIADO?

SERGE, VC VAI PRA GUARAJUBA?

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Voce é forte!!

Bruninho de booa..

domingo, 19 de abril de 2009

Os Rehem

Responsáveis
Espertos
Humildes
E... (é claro)
Modestos

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Que galera é essa meu irmão???

terça-feira, 14 de abril de 2009

Poemas : COISAS DE FAMÍLIA

Meu sobrenome,
Não vendo, não
Empresto, não dou.
É tudo de importante
Que meu pai me deixou.
*
Sobre honra e sangue,
Meu avô me ensinou.
Tudo ficou impresso
No que presumo que
Sou.
*
Minha mãe me lapidou
Para estar à frente do
Tempo.Quando abri
Minhas asas no vento,
Ela me ensinou a voar.
Só não me disse como
Pousar.
*
Coisas de família,retratos,
Passado, futuro, presente,
Amor em atos.Uns já se foram,
Outros estão aqui.Todos me
Fizeram e fazem sorrir.
Saudade Pai,Vô,Vós...
Saudades de vocês...
Saudade de nós...


"Na educação de nossos filhos
Todo exagero é negativo.
Responda-lhe, não o instrua.
Proteja-o, não o cubra.
Ajude-o, não o substitua.
Abrigue-o, não o esconda.
Ame-o, não o idolatre.
Acompanhe-o, não o leve.
Mostre-lhe o perigo, não o atemorize.
Inclua-o, não o isole.
Alimente suas esperanças, não as descarte.
Não exija que seja o melhor, peça-lhe para ser bom e dê exemplo.
Não o mime em demasia, rodeie-o de amor.
Não o mande estudar, prepare-lhe um clima de estudo.
Não fabrique um castelo para ele, vivam todos com naturalidade.
Não lhe ensine a ser, seja você como quer que ele seja.
Não lhe dedique a vida, vivam todos.
Lembre-se de que seu filho não o escuta, ele o olha.
E, finalmente, quando a gaiola do canário se quebrar, não compre outra...
Ensina-lhe a viver sem portas."

quarta-feira, 4 de março de 2009

Vamos começar?

Tem mais de um ano que eu criei esse blog e chegou a hora da gente começar a fazer isso funcionar.
Inicialmente, esse blog é para a nossa comunicação, um local para botarmos fotos, trocarmos ideias, marcarmos coisas, e o que mais por ventura surgir..

O que acham??